Rumo a uma maior economia circular do pão


16 de abril de 2025
Só na França, 585 mil toneladas de pão são desperdiçadas todos os anos, junto com 1,9 milhão de euros gastos em sua produção e 908 mil toneladas de CO₂ equivalente. Felizmente, cada vez mais empresas dos setores alimentício e químico estão começando a usar o desperdício de pão como matéria-prima. Isso promove um modelo de economia circular, frequentemente viabilizado por meio da fermentação.
Combater o desperdício de pão – que representa 13% do desperdício de alimentos – é um desafio tanto ambiental quanto econômico. É por isso que profissionais do setor, como padarias artesanais e industriais, supermercados, restaurantes e refeitórios, estão buscando ativamente soluções para maximizar o reaproveitamento dos seus resíduos. E com muitas iniciativas já em andamento, o momento não poderia ser mais oportuno.
Apoiando o desenvolvimento de uma economia circular na indústria alimentícia, a Comissão Europeia lançou, em 5 de julho de 2021, o Código de Conduta da UE sobre Práticas Empresariais e de Marketing Alimentar Responsáveis, como parte da estratégia “Do Campo ao Prato”, apresentada em maio de 2020. O código estabelece sete metas para 2050, que promovem a prevenção e minimização do desperdício de alimentos por meio da otimização das cadeias circulares de suprimento, com o objetivo de economizar recursos, buscar fontes mais responsáveis, criar empregos e valor, e proteger o clima e a saúde das pessoas ao mesmo tempo.
O pão amanhecido é um grande aliado da economia social e solidária
Empresas sociais de reintegração ao mercado de trabalho, como a Ondaine Agro, na região do Loire, e associações como a CIPRES, no norte da França, decidiram começar a coletar pães não vendidos de padarias e supermercados locais para fins de reciclagem. O pão é triado, com as partes mofadas removidas, e o restante é fatiado, seco e moído para produzir uma alternativa aos grãos tradicionais. Mais barato que o trigo, ele é igualmente nutritivo para aves, suínos e ruminantes.
Ainda mais surpreendente é o fato de que a indústria química está considerando usar pão amanhecido como matéria-prima em sua busca por alternativas aos combustíveis fósseis. A síntese de biopolímeros plásticos (como o ácido polilático, ou PLA) a partir do pão amanhecido fermentado por via enzimática é uma das áreas onde grandes avanços já foram alcançados. O conceito foi testado com sucesso em escala piloto por um consórcio industrial, em parceria com o Instituto Tecnológico de Plásticos da Espanha (AIMPLAS).
Enquanto isso, o setor de energia também está estudando a digestão anaeróbica (ou metanação) do pão, bem como sua fermentação para produção de bioetanol. O pão não vendido também pode ser usado como substrato para a produção de hidrogênio, mais uma vez por meio da fermentação.
Consumido há séculos, o pão é um alimento ancestral que ainda é capaz de nos surpreender.
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