O fermento da transformação

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10 de maio de 2022

Se fôssemos nos inspirar em uma famosa canção de Gilberto Gil, poderíamos adaptar um pouco seus versos para dizer que “o amor da gente é como um grão, vive e morre trigo, morre e vive pão”. Um modo bonito de lembrar que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. O compositor baiano levou essa lei da conservação das massas, do francês Antoine Lavoisier, para o sentimento das pessoas. Nada impede que transportemos também ao ambiente social. Todavia, tal qual a semente do trigo, um elemento é fundamental para fazer da massa amorfa que nasce da gramínea um verdadeiro alimento. Tratamos aqui, obviamente, do fermento. Se o fermento é necessário na cozinha, é muito mais necessário para transformar a sociedade.  

O voluntariado é a expressão máxima desse fermento que ajuda a transformação social. Disso sabem funcionários da Lesaffre que desde 2018 passaram a compartilhar seus conhecimentos com moradores de comunidades carentes do Brasil em cursos presenciais e a distância. Só em 2021, foram 10 encontros online entre rodas de conversa, aulas técnicas sobre ingredientes, panificação, marketing e empreendedorismo. Momentos esses que aumentaram ainda mais a paixão pelo trabalho social nos colaboradores.

Paixão que vinha de longe, diga-se de passagem. Afinal, ainda em 2018, um grupo de funcionários decidiu apresentar o trabalho em um fórum global da Lesaffre e, em 2020, inscrever o projeto em um programa interno denominado ECHO. A iniciativa foi aprovada, o grupo de voluntários ficou mais forte e, assim, em 2022, inauguraram o Projeto Fermentar. Formado por 28 pessoas que acreditam que o trabalho social pode fomentar oportunidades para melhor nutrir e proteger o planeta.  

O grupo de voluntários da Lesaffre nunca esteve sozinho. Desde o primeiro momento, até a aprovação do projeto apresentado ao ECHO, uma Organização Não-Governamental (ONG) franco-brasileira foi a parceira preferencial nas iniciativas desenvolvidas. Trata-se da Arca do Crescer, uma iniciativa que promove a formação profissionalizante de jovens carentes na Favela da Vila Prudente na Zona Leste de São Paulo.   

A comunidade da Vila Prudente é a favela mais antiga de São Paulo, estabelecida em 1948 em um terreno do Instituto Brasileiro do Café. A história de conflitos e a falta de infraestrutura na região resultaram na situação presente de vulnerabilidade social de seus habitantes. A maioria dos moradores vive com até dois salários-mínimos, metade não chegou ao Ensino Médio e um terço dos domicílios relata casos de gravidez na adolescência. Nesse cenário, como não poderia deixar de ser, a baixa autoestima e a desmotivação são sentimentos comuns a boa parte das pessoas que vive por lá.  

A ONG Arca do Crescer trabalha em uma missão que a Lesaffre acredita: contribuir para a construção de um futuro melhor para os moradores da favela da Vila Prudente, com a oferta de oportunidades de educação e qualificação profissional. Iniciativas que promovam o empoderamento para romper o ciclo de pobreza e vulnerabilidade em que seus habitantes estão inseridos. Afinal, a educação é um dos caminhos mais fortes para recuperar a autonomia e a autoconfiança dos indivíduos.  

Contra fatos não há argumentos. O ensino é um dos principais instrumentos para mudar a vida das pessoas para melhor. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que um curso técnico pode aumentar em 18% a renda de um trabalhador, além de proporcionar alta empregabilidade para os seus participantes. Afinal, sete de cada dez dos estudantes Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) conseguem vagas no mercado de trabalho. 

Durante a implantação da subsidiária da Lesaffre no Brasil em 2016 na cidade de Campinas em São Paulo, a Arca do Crescer estava instituindo cursos profissionalizantes em parceria justamente com o Senai. E um deles era o de panificação. Ali, a empresa identificou a oportunidade para iniciar seu trabalho de responsabilidade social por meio do apoio ao centro técnico da ONG com equipamentos e ingredientes.  

Paralelamente, os colaboradores da Lesaffre desenvolveram uma formação complementar aos alunos. Ao final do curso profissionalizante, as turmas viajavam dois dias para conhecer a fábrica da empresa em Valinhos e para um workshop no Baking Center de Campinas. Lá, além de trabalhar com os experientes técnicos, tinham a oportunidade de conversar com profissionais das áreas de Recursos Humanos, de Vendas, de Marketing e de Qualidade.  

Com a pandemia, as visitas presenciais foram suspensas. Assim, em 2021, surgiu a oportunidade de oferecer um curso de panificação a distância para os alunos da Arca do Crescer. A modalidade permitiu um desafio extra, ou seja, convidar outras ONGS do Brasil. Nessa versão online, foram convidadas as entidades Acolhida na Colônia e UmRio. Nada menos do que 51 pessoas se inscreveram no curso “Panificação para Empreender”, a maior parte oriunda de comunidades carentes como Parelheiros (SP), Vila Prudente (SP) e Morro do Castro (RJ). Todos os que concluíram receberam certificados e prêmios especiais.   

Com a Arca do Crescer, a empresa teve uma parceria adicional em 2021. Patrocinou a formação de 88 estudantes da favela de Vila Prudente em São Paulo em 292 horas de cursos com certificados do Senai. As pessoas se formaram em cinco diferentes áreas: panificação, pizzaiolo, salgaderia, panetone e bolo caseiro. Como pode ser visto, o fermento do voluntariado da Lesaffre já transformou muitas sementes – aparentemente perdidas – em talentosos frutos para a sociedade.

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MAIS DE 170 ANOS DE CONHECIMENTO

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